terça-feira, 6 de outubro de 2009

A tal da felicidade...

A partir que o ser humano tomou consciência de sua existência como pessoa, independente de sua cor, raça, sexo, peso, altura, posição social ou credo, um sentimento é comum a todos nos que habitamos este planeta. Todos querem ser felizes!

Mais o que é essa tal de felicidade?

Para Aristóteles, (384-322 a.C.), a felicidade é o resultado de se saber viver. Para ele deve agir sempre com Ética. O resultado desta forma de viver será a felicidade. A cidade é a comunidade política, o lugar da vida do homem, que é um animal político e social, portanto, é nesse espaço que o homem desenvolve a arte de viver e atingir a felicidade

Santo Agostinho, (354 - 430 d.C.), define que felicidade é a busca e posse de um Bem eterno como a sabedoria, a verdade e Deus. Ele ressalta a importância da tranquilidade do espírito e o conhecimento de si mesmo em busca da sintonia com a imagem de Deus.

Já o filósofo alemão Schopenhauer (1788-1860), em sua obra “A Arte de ser Feliz” nos diz que "Para vivermos entre os homens, temos de deixar cada um existir como é, aceitando-o na sua individualidade ofertada pela natureza, não importando qual seja."

Segundo Freud, (1856 - 1939) “O que decide o propósito da vida é simplesmente o programa de princípio de prazer. Esse princípio domina o funcionamento do aparelho psíquico desde o início”. Para ele a felicidade só pode ser alcançada pela satisfação dos prazeres.

A Felicidade na contemporaneidade incentiva a posse de bens temporais e passageiros, caracterizado pelo consumismo, materialismo e artificialidade que acaba por gerar uma crise de identidade no ser. Muitas pessoas têm tudo que o dinheiro pode comprar mais continuam com um “vazio” dentro de si. Tal sentimento reflete a falta de conhecimento do que seja a verdadeira e plena felicidade. Afinal felicidade não tem etiqueta de preço.

Em outros casos, coloca-se a posição de ser ou não feliz, nas mãos de outrem. Se ela casar comigo serei feliz... Se conseguir o reconhecimento de meus companheiros de trabalho, serei feliz... Também esta forma demonstra o desconhecimento do verdadeiro sentimento. Nossa felicidade não é responsabilidade dos outros e sim de nos.

Então como encontrar a felicidade?

Primeiro, devemos entender as coisa boas e ruins que possuímos dentro de nos. Devemos começar de dentro para fora. Se quisermos mudar o mundo que habitamos, devemos começar primeiramente conosco. Iniciar nossa reforma íntima. Procurar forças para alterar o que podemos mudar, aceitar o que não podemos modificar e principalmente, buscar o discernimento para diferenciar as duas situações. O desafio esta em mudar o seu mundo e não o mundo dos outros. Ser feliz é mudar a si mesmo. É entender o meio em que vivemos, aceita-lo, buscando melhorá-lo através do amor. Lembre-se que as pessoas fazem as coisas por querem e não por que você quer.

Jorge Bucay, psiquiatra argentino contemporâneo, conta que um grande urso, vagando pela floresta, encontrou um acampamento vazio onde em uma fogueira um caldeirão liberava um odor delicioso. Ele foi até a fogueira e tirou o panelão de comida. Quando o urso a abraçou com toda sua força começou a perceber algo lhe atingindo. Era o calor da tina... Ele estava sendo queimado por onde a panela encostava. Como nunca havia experimentado aquela sensação, interpretou as queimaduras como uma coisa que queria lhe tirar a comida. Quanto mais a tina lhe queimava, mais ele apertava contra o corpo.
Posteriormente encontraram o urso morto recostado a uma árvore próxima à fogueira, segurando a tina de comida colada a seu corpo.

Em nossa jornada nesta existência terrena, por muitas vezes, abraçamos certas coisas que julgamos erroneamente serem importantes, que nos queimam e nos fazem sentir dor. Temos medo de abandoná-las e esse medo nos coloca numa situação de sofrimento.

Para que tudo dê certo em nossa vida, é necessário reconhecer, em certos momentos, que nem sempre o que parece salvação, nos da condição de prosseguir. Tenha a coragem e a visão que o urso não teve. Tire de seu caminho tudo aquilo que faz seu coração arder. Solte a panela, mude a sua vida e seja feliz!

Que JC ilumine!

Um comentário:

  1. Hubert,

    Ao terminar de ler o seu artigo sobre "a tal felicidade", lembrei-me do livro que li, intitulado a Arte da Felicidade, do grande Dalai Lama.

    No livro cita, que para ele ( o Dalai Lama) o próprio objetivo da vida é perseguir a felicidade. Se acreditamos em religião ou não, se acreditamos nesta religião ou naquela; todos estamos procurando algo melhor na vida. Por isso, para ele, o próprio movimento da nossa vida é no sentido da felicidade.

    Se pensarmos bem, posso estar errado, de uma certa forma todos nós estamos procurando a felicidade. O problema é a foma de procurarmos a felicidade, que muitas da vezes, se torna um caminho torturoso. E é aí que entra o historinha do urso, como está no seu artigo, muito bem exemplificado. Na verdade, o mistério está em como, de que forma vamos conquistar a nossa felicidade.

    Abraços,

    Herbert Blanco

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