quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Haja pão para o povo da China...

Desconsiderando o infame trocadilho acima, em verdade, após a crise financeira um dos grandes desafios está na correção dos desequilíbrios que ao longo da última década se foram acumulado na economia mundial. Neste capítulo, a China tem um papel decisivo a desempenhar já que os seus excedentes externos de grande dimensão não são sustentáveis.

Após a morte de Mao Zedong, a nova liderança chinesa, encabeçada por Deng Xiaoping, conseguiu, com muita dificuldade e sacrifícios pessoais, reestruturar o país e ampliar a visão do povo chinês.

A economia chinesa tem, durante a última década, revelada uma evolução que aponta para uma redução do peso do rendimento do trabalho no PIB, um peso muito reduzido do consumo privado no total e um excedente externo extremamente elevado. Estes indicadores mostram, diz Charles Andrew Tang que é presidente binacional da Câmara de Comércio & Indústria Brasil-China; “uma economia que não encontrou o seu equilíbrio em termos de eficiência e de perspectivas de bem-estar”.

O modelo mercantilista Chinês não tem muito de inovador ou complexo. Desde os primórdios da história econômica da humanidade, uma nação sempre prosperou vendendo para outras nações. Até pouco tempo atrás, a China era uma nação pobre, e seu povo tinha a mente contaminada por três décadas de um socialismo mais preocupado com a pureza ideológica do que com promover o crescimento econômico e bem-estar social de seu povo.

Esse novo modelo demonstra uma evolução frenética, a passos largos em conquistar novos mercados e isto representa um problema que tem uma série de aplicações em Economia, desde a instabilidade de cartéis, até a dificuldade de coordenação internacional de políticas fiscais em épocas de crise.

Por exemplo, cartéis são inerentemente instáveis, pois cada firma tem a tentação de reduzir o preço para roubar o mercado das outras,

Hoje, a china produz com agilidade e custos bem menores aos praticados pelas diversas indústrias nacionais, ao ponto de fabricas transferirem suas produções para lá, fechando suas unidades no Brasil, ato imitado por diversos outros países.

Devemos ficar atentos a esta estratégia, pois os chineses estão adquirindo tecnologia e conhecimento rapidamente. Logo estarão produzindo por conta própria e aí, tais como gafanhotos, dominaram os mercados destas indústrias que perderão suas capacidades de concorrência resultando inexoravelmente numa onda de falências generalizadas conforme o conceito de equilíbrio da “teoria dos jogos” do Nobel de Economia de 1994, John Nash.

Porem como alertou o escritor sueco Johan Norberg "O capitalismo sem falência é como o Cristianismo sem inferno: ele perde sua capacidade de motivar as pessoas com suas prudências e medos”

Que JC ilumine!

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Em Brasilia até durante o dia, todos os gatos são pardos...

A imoralidade apossou-se de nossa nação, sem nenhum resquicio de temor. Nossos homens públicos tornaram-se uma quadrilha de facinoras com o único objetivo de solapar o erário e pior; sem medo de retaliação da justiça, pois a mesma encontra-se no mesmo barco. A roubalheira esta a tantas, que além dos bolsos se enchem de dinheiro as cuecas e as meias. Sabem o que Brasília e BH têm em comum? As duas possuem um Arrudas sujo!

Mais o povo, não vê. Estão iludidos com a propaganda maquiavelica de uma politica populista manipulada. As classes mais humildes, acreditam que não pagam impostos. Que só os ricos amargam esta obrigação. Ledo engano. As classes C e D são as que mais contribuem para os cofres públicos sendo responsaveis por mais de 60% desta arrecadação.

Conforme Clair Maria Hickmann, diretora de estudos técnicos do Unafisco Sindical, a carga tributária no Brasil (total de impostos arrecadados dividido pela soma das riquezas do país - PIB) saltou de 28% para 38% no período de 1996 a 2005. Isso significa que de cada R$100,00 de riqueza produzida R$ 38,00 ficam para o Estado.

A arrecadação de tributos saltou de R$ 310 bilhões em 1999, para R$ 634 bilhões em 2004 e enquanto escrevo este artigo, o impostômetro me sinaliza que cada habitante já pagou este ano o valor de R$ 230,77 em tributos que já atingem a soma de 44 bilhões de Reais enquanto a FGV nos informa que a inflação ficou abaixo do esperado no acumulado do ano.

O financiamento do Estado brasileiro é efetuado pelos trabalhadores assalariados e pelas classes de menor poder aquisitivo, que são responsáveis por 61% das receitas arrecadadas pela União. A população de baixa renda suporta uma elevada tributação indireta, pois 2/3 da arrecadação tributária do país advém de impostos cobrados sobre o consumo. E imaginar que Tiradentes foi martirizado por lutar contra uma carga tributária de 1/5 (Daí a expressão “o quinto dos infernos”).

No final de dois mandatos do PT, impulsionada por uma política de reajustes sem precedentes em nossa história, a folha de pagamentos da União terá consumido a fabulosa quantia de R$ 1 trilhão, conforme reportagem de Luciana Pires do Correio Braziliense. Esta soma porem não esta ligada ao aumento do quadro de funcionalismo e sim da folha salarial. Carreiras com um perfil remuneratório em 2003 agora, em 2010, têm outro completamente diferente onde a remuneração média do servidor saiu de R$ 3,7 mil para R$ 6,8 mil ou casos como dos gestores governamentais, que ganhavam R$ 2,9 mil de salário inicial e hoje recebem R$ 12,4 mil.

E como se não bastasse este mês a Comissão de Anistia vai julgar dezesseis processos de filhos e netos de perseguidos políticos. Entre eles, três filhos de Leonel Brizola e dois de João Goulart que além do status de anistiado político, poderão receber cada um o ressarcimento de até 30 salários mínimos por ano de exílio. Como tanto Brizola quanto Jango ficou mais de 10 anos no exílio, o valor deve alcançar o teto de R$ 100 mil por anistiado. Lamentavelmente, o povo além de sustentar os filhos da mãe, terá também de sustentar os netos...

Estamos testemunhando a interpretação do livro “A revolução dos bichos” ao contrário. Este processo de aumentar a receita pilhando o povo e dividir entre seus pares foi criado para posteriormente dar suporte a um golpe stalinista, porem inverso ao da antiga União Soviética, quando o novo regime se instalou primeiro para se pagar depois e não antes como no nosso caso.

O melhor conceito para este momento é de um amigo que disse que a evolução petista passou de capitalismo titubeante para um neomercantilismo desavergonhado; De democracia engatinhante para stalinismo ressurgente; Do poder presidencial para um poder imperial, e de certa ordem constitucional para um cipoal legal. Pensem bem nisto!

Que JC ilumine!