quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Duas pequenas grandes estórias...

Em seu premiado romance “Encontro em Samarra” de 1934, o escritor John O’Hara traz em sua introdução a estória de um poderoso comerciante de Bagdá que envia seu melhor servo ao mercado para comprar provisões.

Porem o empregado retorna rapidamente pálido e tremendo, dizendo que lá encontrou com a morte e ela lhe fez um gesto ameaçador. Em seguida pega o melhor cavalo e foge em alta velocidade para a cidade de Samarra cerca de 130 km, aonde chegará à noite acreditando assim que a morte não vai encontrá-lo lá.

O comerciante então vai ao mercado em busca da morte, e pede explicações por que ela ameaçou seu melhor servo. Ao passo que ela responde:

- Não foi ameaça e sim surpresa de encontrá-lo aqui nesta hora, pois esta noite tenho um encontro marcado com ele em Samarra.

Apesar de pequeno, este conto é de grande profundidade, pois o que o destino resguarda a cada um não pode ser empurrado para outrem. Apesar de não entendermos a lógica divina, tudo segue uma ordem superior, pois o acaso não existe.

Cada um tem um propósito nesta vida, só que alguns ainda não o encontraram ou por falta de empenho ou pior, por falta de atitude. Vivem de saudosismo do passado ou da esperança que dias melhores virão e esquecem que o único dia que fará a diferença em sua vida é o dia de hoje. Não se pode mudar o começo de uma historia porem alterar o final dela, esta em suas mãos.

Lembre-se que tudo nesta vida tem razão de ser. Contam que Confúcio viajava com seus discípulos quando encontrou numa aldeia um menino muito inteligente e brincando com ele perguntou:

- Que tal se você me ajudasse a acabar com as desigualdades?

- Por que acabar com as desigualdades? – disse o menino. – Se achatarmos as montanhas, os pássaros não terão mais abrigo. Se acabarmos com a profundidade dos rios e dos mares, todos os peixes morrerão. Se o chefe da aldeia tiver a mesma autoridade que o louco, ninguém se entenderá direito. O mundo é muito vasto, deixá-lo com suas diferenças.

Assim também devemos tratar nosso próximo, respeitando o como ele é, pois quem dará conta dele, é ele mesmo. Devemos buscar mudar apenas a nos em uma árdua reforma íntima.

Que JC ilumine!

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Melhor não!

De tanto ver o mal triunfar sobre os bons, acho que deveria também me unir a ele para me dar bem neste mundo de maus, aceitando a frase de Nicolau Maquiavel que “aquele que quiser fazer papel de bom neste mundo de maus, esta fadado ao fracasso”, mas... Melhor não!

Devia aceitar o conselho de William Shakespeare de "Devagar! Quem mais corre, mais tropeça!" e parar de correr atrás de meus ideais e crenças, deixando a vida me levar, sem fazer nenhum esforço para impor força sobre os problemas que surgem nesta jornada terrena, mas... Melhor não!

Considerando os numerosos e impunes escândalos de desvios do erário pela horda demoníaca de nossos homens públicos... Considerando o mais alto índice internacional de carga tributária sem nenhuma contra partida de benefícios, endosso a frase atribuída a Charles de Gaulle de que o “Brasil não é um país sério” e acredito que também me devia tornar um ser corrupto e inescrupuloso como nossos políticos, mas... Melhor não!

Muitos companheiros de jornada acreditam que vieram a este mundo a passeio. Deixam que o dinheiro sejam seu Deus. Humilham o próximo achando que o fato de terem sucesso em algum segmento os tornam superiores aquele mais humilde. Outros ufanam de seus conhecimentos e tripudiam sobre os menos esclarecidos, exaltam suas posições superiores na sociedade reclamando ovacionamento pelos menos favorecidos. Ponderando minha condição, careceria agir da mesma forma, mas... Melhor não!

Melhor não! ... Melhor seria que agradecesse a Deus pela saúde que me proporciona a lutar pelos oprimidos. Entendendo que cada um neste mundo tem uma missão. Que a cada um foi dado um talento e que devemos usá-lo em benefício do próximo, pois toda vez que ajudamos a melhorar o mundo, melhoramos também nossa vida. Compreender que as provações que surgem em nosso caminho nos tornam mais fortes e sábios.

O acaso não existe. Nem sorte ou azar. Somente o trabalho é concreto. Ele é fruto do esforço e persistência. E o mais difícil deles é a reforma intima que necessita de muita boa vontade mais resulta na paz interior e em uma consciência tranqüila. Afinal o dinheiro pode comprar uma cama de ouro, não uma serena noite de sono.

Que JC ilumine!