domingo, 20 de dezembro de 2009

Há que vens?

Sem nenhuma intenção de polemizar questões religiosas, mesmo por que temos obrigação de respeitar as opções sacramentais de nossos semelhantes, sem sombra de dúvidas uma pergunta que não se cala é: Onde está Deus? E a causa é óbvia. Não se tem resposta concreta ou objetiva, apenas a fé!

Atualmente existem mais de duas mil crenças religiosas espalhadas pelo mundo e todas acreditam que o seu Deus é o verdadeiro.

Já no campo da ciência existem duas teorias básicas, a Evolucionista e a Criacionária; e a partir delas várias outras ramificações em busca de uma concepção clara da questão.

Partindo do princípio bíblico, livro judaico que deu origem as três religiões predominantes, há um tanto de milênios atrás, Deus nos envio através de Moises, duas tábuas com apenas dez leis que deveriam reger a conduta moral do ser humano e assim encontrar o criador.

Tempos depois surgia a presença de Jesus de Nazaré que não só referendava como filho de Deus estas leis, como pregava uma maneira mais simplista de executa-las. Cumprindo apenas duas (Amar a Deus sob todas as coisas e a teu próximo como a ti mesmo) estaríamos na essência atendendo as restantes e conseqüentemente atingindo o encontro com o divino.

Pois bem, de lá para cá o mundo evoluiu. As tribos viraram aldeias, que tornaram se feudos, que por sua vez transformaram em impérios e, por conseguinte nações. E todas sem exceção têm uma Constituição Federal, alem de muitas normas estaduais e tantos outros códigos municipais.

Se considerarmos o montante de países, estados e municípios no planeta, estaremos falando numa quantia aproximada de cento e cinqüenta milhões de leis elaboradas no intuito único de criar uma convivência pacifica e fraternal para a humanidade.

Ora, se não conseguimos nestes últimos dois mil anos, executarmos míseras duas leis nos trazidas por Deus encarnado, como poderemos então cumprir tantas outras organizadas pelos simples e pecadores mortais?

Por que insistimos em querer que Deus venha em carne e osso e coloque um pouco de ordem nesta baiúca? Ou como disse Castro Alves em seu poema Vozes d’África: “Deus, Deus; Onde estais que não me escutas?” Por que não paramos de transferir para as mãos de Deus as obrigações que são exclusivamente nossas?

Um amigo me disse certa vez que Deus e o Diabo habitam a mesma morada, e o melhor, ele sabia onde era este lugar. Curioso, quis eu saber o local, ao que ele informou que diariamente ao fazer a barba pela manha enxergava-os no espelho. Eles moravam dentro dele e sempre naquele momento era a ocasião de decidir qual seria solto e qual ficaria aprisionado durante o dia.

Ele estava certo. Cristo já nos alertava para isso quando citou que Deus esta dentro de cada um de nos. E se ele esta, podem estar certos que os demônios também estão. Cabe a cada um optar por qual dos dois vai deixar reger sua vida. Perceberam que eu disse “deixar reger”? Porque temos o livre arbítrio e podemos escolher alem de presidente, governador e prefeito, que tipo de pessoa vamos ser. Se deuses ou demônios.

Podemos escolher ser o Deus que tem sempre uma palavra de afeto e acolhedora para o companheiro de jornada ou ser o diabo que não está nem aí para o próximo e acredita que sé ele tem de levar vantagem.

Podemos escolher ser o Deus que busca sempre temporizar os conflitos alheios ao nosso redor para criar uma atmosfera de harmonia durante nossa caminhada pela vida ou ser o diabo que fomenta a discórdia, a calúnia e a intriga para através delas alcançar benefícios próprios e saciar sua ganância e cobiça.

Podemos escolher ser o Deus que apesar da cólera interna, mantêm a paz exterior e busca discernimento nas palavras do Cristo, para não transferir para seus próximos a culpa pelos seus infortúnios ou ser o diabo que não possui nenhum respeito pelo sentimento do semelhante e só trata seus pares com desprezo, arrogância e prepotência, se achando superior a todos e exclusivo dono da verdade absoluta.

Lembre-se sempre que a existência do mal esta ligada a nossa rejeição ao bem. Em outras palavras, o diabo só se manifesta em nos, quando damos férias a Deus.

Seu livre arbítrio lhe da esta alternativa, mas só existe um porem: Se tal como no xadrez, o peão e o rei no final do jogo retornam para a mesma caixa, também ao cabo de nossa trajetória terrena teremos de conviver com aquilo que escolhemos e aí, ou vamos viver no paraíso da alma ou no inferno do remorso.

A escolha é sua e você vai ter de encarar... Espero que seja feliz em sua decisão!

Que JC ilumine.