quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Nem com Furnas, quiçá com lamparina...

O período pós-socrático (399 AC.) foi rico de questionamentos e descobertas. Dúvidas semeadas por ele nos arremessaram na colheita das respostas, sem as quais não conseguiríamos nossa continua evolução.

Entre estes frutos, encontrava-se Diógenes (356 a 234 AC.). Seguidor da filosofia cínica e apontado como aquele que desprezava o poder e as convenções sociais. Ele ficou associado a diversos episódios que exprimem as suas ideias éticas, as únicas a que dava verdadeira importância.

Conta-se que Alexandre, o grande ao encontrá-lo ter-lhe-ia perguntado o que mais desejava. Acontece que devido à posição em que se encontrava Alexandre, fazia-lhe sombra e Diógenes, então olhando para o sol afirmou: "Afasta-te para não me tires o que não me podes dar!". De outra feita perambulava pelas ruas da cidade com uma lamparina acesa, durante o dia, afirmando a quem o interrogava que procurava "um homem verdadeiramente honesto".

Durante o período Renascentista, no século XV, eram evidentes os sintomas da decadência dos países europeus, especialmente na Itália que se encontrava desarmada política, militar e institucionalmente pela ausência de uma liderança unificada.

Imperava naquele momento a tirania diversos principados italianos, governados despoticamente por monarcas sem expressão ou por direitos contestáveis. Esta ilegitimidade de poder gerava situações de crise e instabilidade permanente, onde somente a manipulação política, a astúcia e a ação fulminante contra os adversários eram capazes de manter o domínio.

Neste panorama de crise que surge Nicolau Maquiavel, (1469 – 1527) cuja biografia confunde-se com a história da própria Itália e do mundo. É inegável sua contribuição à história das ideias, especialmente à Ciência Política. Maquiavel desnuda a natureza humana da mediocridade, egoísmo e ganância como algo concreto e definitivo, ou seja, ele simplesmente fez da prática uma teoria. Esta concepção demonstra a genialidade maquiavélica perpetuada em sua obra “O Príncipe”, pois ao longo de quatro séculos tal obra ainda atormenta a humanidade. O grande mérito deste livro foi desmascarar o pseudo-moralismo em nome de interesses escusos, disfarçados de religião ou humanistas, o que faz uma obra atual e universal.
Contemporaneamente, após o fim da guerra fria, na qual era patrocinado pelo EUA e com o dinheiro restante destas contribuições, Bin Laden fundou em 1988 á Al-Qaeda que continuou a receber doações financeiras procedentes de várias instituições e empresas da Arábia Saudita e Golfo Pérsico, que tinham por objetivo difundir a interpretação conservadora do islamismo.

Para isso, até 11 de Setembro de 2001 onde após o terrível atentado as Torres Gêmeas, quando Bin Laden teve seu covil iraquiano bombardeado por aviões norte-americanos, foram necessários desembolsarem 30 milhões de Dólares para bancar as milícias Talebans.

Com a crise financeira internacional ocorreu um controle mais rígido de circulação de capitais pelas redes bancárias, obrigando seus membros a dedicarem-se à clonagem de cartões de crédito, vender produtos piratas, promoverem contrabando de ouro, alem do tráfico de drogas dos campos de papoula afegão. Em outras palavras, de fundamentalistas ideológicos, passaram atualmente a concorrerem com criminosos comuns.

No Senado de nosso Brasil atual misturam-se estes três fatos históricos. Diógenes poderia andar com Furnas nas costas que não acharia ninguém honesto lá, pois tal o renascentismo europeu, encontra-se habitado apenas por déspotas de direitos questionáveis, que perderam além da ideologia, a vergonha na cara e passaram a agir como meros meliantes de alcova.

Que JC ilumine!

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