sexta-feira, 10 de julho de 2009

Entre Crassos e Muricis...

Marcus Licinius Crassus viveu em Roma em 59 a.C. Era aristocráta e General.Poderia ter entrando para história por vários motívos. Por ter sido o militar responsavel por esmagar a revolta dos escravos liderada por Espártacos ou pelo seu apoio a um jovem político desconhecido de nome Caio Július Cesar, que mais tarde tornaria-se o Imperador.

Porem perpetuou-se por cunhar o celebre termo “Erro Crasso”, eternizado na fala de vários povos como sinônimo de estupidez e bobagem, chamado assim por causa da burrice militar na batalha de Carrhae,

Apesar da excelente condição social e enorme riqueza, Crassus ansiava a glória militar, e por isso liderou uma campanha contra os Partos, um povo persa cujo império ocupava na época, boa parte do Oriente Médio.

À frente de sete legiões, aproximadamente 50 mil soldados, confiou demais na superioridade numérica de suas tropas. Abandonou as táticas militares romanas e tentou atacar simplesmente. Na ânsia de chegar logo ao inimigo, cortou caminho por um vale estreito, de pouca visibilidade. As saídas do vale, então, foram ocupadas pelos Partos e o exército romano foi completamente dizimado, juntamente com ele e seu filho.

O excesso de confiança adquirido nas vitorias anteriores, a falta de um planejamento concreto, alem de subestimar a inteligência do oponente, foram sua ruína e o passaporte para a posterioridade.

Milênios depois Euclides da Cunha apresenta-nos no apoteótico “Sertões”, ao personagem do Coronel Tamarindo. Um homem fraco, sem comando firme e nem de longe um líder, que durante a guerra de Canudos abandona a própria sorte sua tropa, completamente alienada, salvando a própria pele e entrando para a história com a frase:
"É tempo de Murici, cada um cuide de si".

Dois personagens, dois momentos, o mesmo objetivo, a mesma falta de planejamento, o mesmo resultado.

O primeiro agiu em proveito próprio colocando em risco outrem por orgulho inflamado e interesse conveniente. Já no segundo caso o descaso e a crença que não valia a pena lutar pelos interesses do grupo resultaram na perda de todos.

Recentemente o exmo presidente do STF, cometendo erros crassos na conduta leviana da magistratura, aprovou a desnecessidade do curso superior para a profissão de Jornalista. Se para técnico de futebol, que é apenas um esporte é necessário ser formado em Educação Física, por que um profissional do denominado Quarto Poder, pode ser um Zé Ruela? A quem interessa este ato? O motivo é obvio! Quanto menor a capacidade de discernimento de elemento mais manipulável se torna. Assim se tivermos jornalistas insignificantes, sucessivamente teremos uma impressa medíocre e conseqüentemente leitores estilo “velhinha de Taubaté”.

No caso da sociedade, temos que cobrar mais transparência e moralidade do judiciário e seus asseclas e agir em busca de nossos direitos e dizer um alto e retumbante não ao tempo de Murici... Caso contrário esta casa de mãe Joana vai continuar como dantes e ai nem cada um por si e nem Deus por nos!

Que JC ilumine!

Um comentário:

  1. Muito bom meu querido irmão, comparações brilhantes, convicentes e contundentes; para nos levar a desenvolver o nosso senso crítico. Devemos interiorizar estas ações e começarmos a fazer o nosso planejamento interno : Quem sou ? Onde quero chegar?.
    Mirarmos no exemplo do mestre.Constituir uma sociedade melhor amando e instruindo.
    Muita paz e muita luz.
    Ailton

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