“Romeu e Julieta” encontra-se
entre as obras que melhor enaltecem o verdadeiro amor. Narra à paixão de dois
jovens amantes que na intenção de ficarem juntos, lutam contra a intolerância
dos poderosos da cidade italiana de Verona; batalha que não vencem infligindo na
morte do casal apaixonado.
Se todas as cidades são erguidas da essência
de seus moradores, em Mirabela da Serra não poderia ser diferente.
Existiam na cidade, dois
fazendeiros disputando o poder. O Coronel Murtinho Pedrosa, dono da Fazenda
Raio de Sol e o Coronel Corsino Reis, da Fazenda Encantada; e como a vaidade é
o Arauto dos pecados capitais, ninguém sabia qual dos dois era mais vaidoso,
resultando numa briga de família que já duravam anos.
Acontece que o destino sempre zomba
da vida, e se a vida imita a arte, o vice versa é certo.
Foi este destino que fez
nascer na casa do Coronel Murtinho a mais bela de todas as donzelas das
redondezas. A pele rosada, uma boca molhada e os olhos do melhor mel das floradas
do lugar. Linda ela... Julia Murtinho.
E o danadinho deste mesmo
destino presenteou o Coronel Corsino com um rapagão de deixar no tamanco até o
tal de “Crarque Gleibu”; aquele ator famoso lá de “Holiudi”. O Coronel mandou o
moleque para capital e tempos depois voltou um Doutor... Doutor Castro Reis.
Na quermesse da igreja, o tal
destino fanfarrão, fez estes dois se esbarrarem e quando seus olhares se
cruzaram, o cupido nem trabalho teve, pois o amor se instalou de pronta com
mala e cuia em seus corações.
Foi ai que começou a peleja...
Nenhum dos coronéis aceitava aquele romance. Tinham o coração endurecido por um
ódio que na verdade nenhum dos dois sabia donde e por que tinha nascido.
O fato é que o Coronel
Murtinho decidiu enviar Julia para terminar seus estudos no Convento de Bracaúnas,
ao passo que o pai de Castro Reis forçava sua mudança para Goiás, com o
argumento dele administrar outra propriedade da família.
Nem mesmo a intervenção da voz
celestial do Padre Clovis conseguiu abrandar o espirito enegrecido daqueles
patriarcas e à medida que o ódio aviltava-se, proporcionalmente crescia o amor
dos dois enamorados.
O certo é que todo aquele alarido
contribuiu para que o casal decide-se fugir em noite de lua cheia para se
casarem as escondidas na vizinha cidade de Capim Vermelho. Porem na noite
escolhida, ao atravessarem a grota do capão, a moça desequilibrou e em vão
Castro tentando segura-la, abraçadinhos rolaram morro abaixo desfechando
fatalmente tão avassaladora paixão.
Comprovava ali as palavras de
Camões: “Para tão longo amor, tão curta vida”...
A cidade que toda trama
acompanhava ao longo daquela historia, limitando se a rezar, ao saber da
tragédia tristemente começou um a um a chorar pelas almas daqueles pobres
incompreendidos. E foi tanto choro, tanto choro, que logo se formou uma
enxurrada descendo avenida abaixo acumulando se até encher aquela grota
maldita, formado um lindo espelho d’agua que passou a ser conhecido como Lagoa
das Lagrimas.
Hoje lá tem uma ponte batizada
de Travessa do Amor e agora todo casal enamorado que quiser fugir pode ir
buscar ser feliz, pois ninguém mais ali vai cair...
Que JC ilumine!
Muito Bom, Parabéns meu amigo
ResponderExcluirRetrata bem a sua sensibilidade de ver o mundo sob a ótica do essencial
Fiquei emocionado
abraço
Obrigado
ExcluirHJ